ANÁLISE DISCURSIVA DA CAMPANHA “TUDO QUE É NOVO ASSUSTA. NÉ?”: UMA QUESTÃO DE “ANTECIPAÇÃO”

Safira Ravenne da Cunha Rêgo, Raimundo Isídio de Sousa, Tiago Silva Paiva

Resumo


O presente artigo busca analisar os discursos mobilizados na campanha da Reforma da Previdência do Governo Temer: “Tudo que é novo assusta. Né?”, produzida com objetivo de apresentar a reforma aos cidadãos brasileiros antes da votação pelo Congresso Nacional, considerando as inúmeras alterações na legislação que disciplina a matéria. A análise tem como foco a questão da “antecipação” no arquivo, conforme postula Orlandi (2007). Para a realização deste estudo, recorremos à base teórica da Análise de Discurso, tendo Pêcheux (2010) e Orlandi (2007) como autores-referência; trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, tendo natureza qualitativo-interpretativa. Os resultados nos mostram que, apesar de se tratar de uma campanha de âmbito político-governamental, os sentidos não se restringem simplesmente a trazer ao conhecimento do público informações a respeito da Reforma da Previdência, entretanto percebemos que, com o uso da antecipação, o sujeito procura, nos moldes da publicidade, levar os sujeitos a concordarem com as propostas (e aceitarem-na), colocando ao nível do dito aquilo que o governo acredita que eles gostariam de/deveriam “ouvir”. Para tanto, foi inevitável a recorrência à história, ao jogo imaginário das relações entre os sujeitos e ao pré-construído como formas de materializar as condições da prática discursiva.

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