Ser-na-Cidade: Por uma Arquitetura e Urbanismo como lugar

Werther Holzer

Resumo


O objetivo desse artigo é o de levantar algumas possibilidades de se utilizar o aporte fenomenológico para a constituição de uma nova ontologia para a Arquitetura e o Urbanismo que priorize no projeto, seja da cidade seja de uma edificação qualquer, o habitar e o sentido do lugar, num diálogo com a Filosofia. O princípio que orienta a discussão é de que hoje, como a maioria dos habitantes da Terra é urbana, nosso ser-no-mundo se consubstancia como ser-na-cidade. Essa maneira contemporânea de ser pode ser observada, por exemplo, nas cidades médias e pequenas de uma urbanização dispersa, que desafia as utopias e os ideais e arquitetônicos e urbanísticos do século XIX e do século XX, colocando o desafio de se projetar segundo a imageabilidade, as marcas e matrizes paisagísticas, oferecidas por toda uma produção vernacular, esta sim, alheia aos ditames da geometria e da quantificação, e voltada para o mundo vivido.

Palavras-chave


Fenomenologia; Arquitetura e Urbanismo; Ser-na-Cidade; habitar; lugar; urbanização dispersa

Texto completo:

PDF

Referências


BERQUE, Augustin. Paisagem-marca, paisagem-matriz: elementos da problematica para uma geografia cultural. In: CORREA, Roberto Lobato e ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p. 84- 91.

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros: crime, segregação e cidadania. São Paulo, Ed. 34/Edusp, 2003 (2ª edição).

CENTRO REGIONAL DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – UNRIC. Relatório da ONU mostra população mundial cada vez mais urbanizada, mais de metade vive em zonas urbanizadas ao que se podem juntar 2,5 mil milhões em 2050. http://www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-populacao-mundial-cada-vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-urbanizadas-ao-que-se-podem-juntar-25-mil-milhoes-em-2050. (Último acesso em 15 de dezembro de 2016)

DARDEL, Eric. O Homem e a Terra: natureza da realidade geográfica. São Paulo, Perspectiva, 2011 (Tradução: Werther Holzer).

DOMINGUES, Álvaro. Formas e escalas da urbanização difusa: interpretação e intervenção no NO de Portugal. Inforgeo. Lisboa, Edições Colibri, 1999, p. 43-64.

DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro. A origem do "mito da modernidade". Petrópolis, Editora Vozes, 1993.

HEIDEGGER, Martin. Construir, habitar, pensar (Tradução Marcia Sá Cavalcante Schuback). http://www.prourb.fau.ufrj.br/jkos/p2/heidegger_construir,%20habitar,%20pensar.pdf. (Último acesso em 07 de junho de 2016).

HOLZER, Werther. O lugar na Geografia Humanista. Revista Território. Rio de Janeiro. ano IV, n° 7. p. 67-78. jul./dez. 1999.

HOLZER, Werther. A geografia humanista: sua trajetória 1950-1990. Londrina, EDUEL, 2016.

KRAUSZ, Luis S. Desterro: memórias em ruínas. São Paulo, Tordesilhas, 2011.

LE CORBUSIER. Por uma arquitetura. São Paulo, Perspectiva, 2013 (7ª ed.).

LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

LYNCH, Kevin. A boa forma da cidade. Lisboa, Edições 70, 1981.

LYOTARD, Jean-François. Assinado, Malraux. Rio de Janeiro, Record, 1998.

MCKIBBEN, Bill. O fim da natureza. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1990.

MURAKAMI, Haruki. Após o anoitecer. Rio de Janeiro, Objetiva, 2009.

NICOLAIDES, Becky M.; WIESE, Andrew (eds.). The suburb reader. New York/London, Routledge, 2006.

NORBERG-SCHULZ, Christian. Genius Loci: towards a phenomenology of architecture. New York, Rizzoli, 1980.

PALLASMAA, Juhani. A Imagem Corporificada: imaginação e imaginário na arquitetura. Porto Alegre, Bookman, 2013.

RELPH, Edward. Place and placelessness. London: Pion, 1976.

REIS FILHO, Nestor Goulart (Org.). Brasil: estudos sobre dispersão urbana. São Paulo: FAU-USP, 2007.

RIBEIRO, Ana Clara Torres. Por uma Sociologia do Presente: ação, técnica e espaço – vol. 4. Rio de Janeiro, Letra Capital, 2013.

SAUER, Carl O. A morfologia da paisagem. In: CORREA, R.L., ROSENDAHL, Z. (orgs.) Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p. 12-74.

SMITH, Neil. The new urban frontier: gentrification and the revanchist city. London, Routledge, 1996.

TUAN, Yi-Fu. A Cidade: sua distância da natureza. Geograficidade, V. 3, nº 1, 2013. p. 4-16.

WASIAK, Jason. Being-in-the-City: a phenomenological approach to technological experience. Culture Unbound, V. 1, 2009, p. 349-366. Disponível em: www.cultureunbound.ep.liu.se. (Último acesso em 05 de maio de 2016).




DOI: https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.5659

DOI (PDF): https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.5659.g3997

Direitos autorais 2018

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.


INDEXADA EM/INDEXED BY:

Logotipo do Sumarios   Logotipo do DOAJ Logotipo do IBICT  Logotipo da rede Cariniana  Logotipo do LatIndex 

Logotipo da ANPOF Logotipo da MIAR

Logotipo do Portal Periodicos Logotipo da Diadorim Logotipo do Philosopher's Index

Logotipo da LIVRE   Logotipo da PhilPaper   Logotipo da CrossRef   Logotipo da SUDOC   Logotipo da BELUGA   Logotipo da ERIH PLUS 

 



ENDEREÇO/MAIL ADDRESS:

Universidade Federal do Piauí, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Centro de Ciências Humanas e Letras, Campus Min. Petrônio Portela,

CEP 64.049-550,  Teresina - PI, Fone: (86) 3237 1134  E-mail: revista.pensando@gmail.com



 

OUTROS LINKS:

  Logotipo da Capes   Logotipo do CNPq   Logotipo da UFPI  Logotipo da FAPEPI

 


ISSN 2178-843X