OS GÊNEROS DISCURSIVOS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESRANGEIRA (LE) ORALMENTE COMPETENTES: EM BUSCA DA COMPETÊNCIA LINGUÍSTICO-COMUNICATIVA

Thays Costa Lisboa de Sá

Resumo


Usar a língua estrangeira (LE) é um dos requisitos exigidos para o exercício da profissão professor, no entanto, não é incomum encontrar professores em pré-serviço e/ou em serviço que apresentam precária ou nenhuma proficiência linguística na língua-alvo, conforme nos indica Teixeira da Silva (2008, 2018). De acordo com Almeida Filho (2002), são cinco as competências que configuram esta profissão, dentre as quais, a linguístico-comunicativa, considerada a mais elementar, é foco de pesquisas na área da Linguística Aplicada (LA). Esta competência é a responsável pela produção de sentido na língua-alvo para a qual o professor está habilitado; de posse dela, o professor consegue transitar por inúmeros contextos ao atuar usando a LE. Para Consolo (2000), ter o domínio da LE possibilita ao professor servir de modelo linguístico, além de contribuir para o desenvolvimento da habilidade oral dos aprendizes. Rocha e Silva (2007) defendem que a presença dos gêneros discursivos na formação de professores torna o processo de ensino e aprendizagem de LE mais significativo, tendo em vista o aspecto enunciativo da linguagem e sua concepção de prática social. Segundo Marcuschi (2008), o uso da língua é inerente às atividades humanas e sua efetivação se dá por meio de enunciados, sejam eles orais ou escritos. Para ele, toda comunicação acontece através dos gêneros, os quais apresentam padrões sociocomunicativos com composições funcionais, estilos e objetivos enunciativos. Entendemos que, através dos gêneros discursivos, professores de LE podem adquirir a competência linguístico-comunicativa. Desta forma, nosso objetivo é discutir de que maneira o estudo dos gêneros pode contribuir com a formação de professores oralmente competentes na LE, tendo como corpus quatro questões de um material didático, utilizado em cursos de idiomas. Quanto à abordagem, este trabalho é uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica, na qual buscamos compreender fenômenos sociais a partir da literatura especializada (PAIVA, 2019).

Palavras-chave


Formação de professores de LE, Gêneros discursivos, Competência Linguístico-comunicativa

Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA FILHO, J. C. P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 3º edição. Campinas, SP: Pontes, 2002.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 4ª edição. São Paulo: Cortez, 2000.

CONSOLO, D. A. Revendo a oralidade no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras. Revista de Estudos Universitários. Vol 26, nº1, 2000, p.59-68. Disponível em: http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/reu/article/view/2665. Acesso em: 26 de junho de 2019

CONSOLO, D.A. A construção de um instrumento de avaliação da proficiência oral do professor de língua estrangeira. Jul-Dez, 2004. Trabalhos em Linguística Aplicada. Disponível: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8639398. Acesso em: janeiro de 2020.

FARACO, C. A. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakthin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

FRANCESCHINI, A. R. A interação como alavanca para o desenvolvimento da competência comunicativa em um planejamento temático baseado em tarefas. In: BARBIRATO, R.C. & ALMEIDA FILHO, J.C.P. Interação e aquisição na aula de língua estrangeira. São Carlos, SP: EdUFSCAR, 2016, p. 127-154

MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

MARTINEZ, P. Didática de línguas estrangeiras. Trad. Marco Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

MOITA LOPES, L. P. Uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: MOITA LOPES, L. P. Por uma linguística aplicada indisciplinar. SP: Parábola Editorial, 2006, p. 13- 42

PAIVA, V. L M. O. Manual de pesquisa em estudos linguísticos. 1º ed. SP: Parábola, 2019.

PENNYCOOK, A. Uma linguista aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, L. P. Por uma linguística aplicada indisciplinar. SP: Parábola Editorial, 2006, p. 67- 83.

RENFREW, A. Mikhail Bakthin. Trad. Marco Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2017.

ROCHA, C. H., SILVA, K.A. O professor de língua estrangeira em formação: os gêneros discursivos como meio para o desenvolvimento de competências. In: CONSOLO, D.A e TEIXEIRA DA SILVA, V.L. Olhares sobre competências do professor de língua estrangeira: da formação ao desempenho profIssional. São José do Rio Preto, SP: HN, 2007, p. 61- 80

SÁNCHEZ, M.C.C. et al. Espacio Joven. Nivel A2.2. Livro do aluno. Editorial Edinumen, 2012.

SALINAS, A. Ensino de espanhol para brasileiros: destacar o uso ou a forma? In: SEDYCIAS, J. (org.). O ensino do espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Parábola Editorial, 2005, p. 54-60.

TEIXEIRA DA SILVA, V.L. Em busca da fluência oral: um curso de Letras sub-judice. In: SILVA, K.A. e ALVAREZ, M. L. O. Perspectivas de investigação em linguística aplicada. Campinas, SP: Pontes editora, 2008, p.373-400.

________________________. A competência linguístico-comunicativa em inglês-LE de alunos formandos em Letras: mais de uma década depois. In: ALMEIDA FILHO, J. C. P. Competências de aprendizes e professores de línguas. Campinas, SP: Pontes editora, 2018, p.235-248.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.