POPULAÇÃO E TRABALHO ESCRAVO NA FREGUESIA DE PIRACURUCA – PIAUÍ (1850-1888)

Francisco Helton Araújo Filho

Resumo


Embora a mão de obra escrava negra fosse empregada geralmente na pecuária, havia uso sistemático em outras atividades e a diversificação de tarefas e serviços. Contudo, a mão de obra cativa não era exclusiva nas fazendas pecuarista do Piauí, dividia-se as tarefas com trabalhadores pobres livres, não havendo na pecuária uma diferenciação rígida das atividades entre livres e escravizados. Apesar da grande maioria das propriedades rurais no Piauí se dedicarem à criação de gado vacum e cavalar, existiam propriedades menos extensas, chamada sítios, onde se cultivava gêneros de subsistência, como o feijão, o milho e a mandioca, e dependia predominantemente da força de trabalho feminina e infantil. Destacavam-se também o plantio de algodão, de fumo e cana para o abastecimento externo. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é mostra que a dinâmica demográfica da população livre e escravizada na freguesia de Piracuruca, localizada no norte do Piauí, estava intrinsicamente ligada as atividades do criatório e a agricultura de subsistência, como a venda de rez (carne) verde, porcos, roça, produção de fumo, aguardente e farinha, ofícios mecânicos e serviços. Além disso, o contingente da mão-de-obra escravizada se encontrava alocada em várias atividades vinculada ao cotidiano privado das famílias da vila ou das fazendas aos seus arredores. Trabalhadores livres e trabalhadores escravos dividiam espaço dentro do mundo do trabalho. Contudo, as atividades produtivas se baseavam em grande parte na mão de obra cativa. Para isso, utilizamos uma variedade de fontes como os recenseamentos, as matriculas de escravos, mapas cartográficos, entre outros.


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