A Roda da Central: a capoeira de rua carioca, décadas de 1950 a 1970

Matthias Röhrig Assunção

Resumo


A Roda da Central acontecia durante o carnaval no Rio de Janeiro desde os anos 1950 até a construção do sambódromo, em 1983. A roda não parava – eram 24 horas por dia, durante os três dias e noites do carnaval, em um local improvisado, entre o glamoroso desfile oficial das escolas de samba na Avenida Presidente Vargas e a estação de trens Central do Brasil, que liga a cidade a seus subúrbios, e por onde circulava grande parte dos foliões. Apesar da farta documentação sobre os desfiles, nenhum registro ou foto documenta a Roda da Central. Este artigo se baseia no testemunho precioso de quinze mestres que protagonizaram essa roda. Suas memórias documentam os tipos de ritmos tocados e os jogos duros e frequentemente violentos que aconteciam num contexto volátil de repressão e clientelismo. Trabalhadores portuários, na sua maioria negros, foram inicialmente os principais personagens, gradualmente substituídos por uma geração mais jovem e diversificada, para quem jogar seu primeiro jogo na Roda da Central era um rito de passagem. O exemplo da Roda da Central mostra como a história oral pode reequilibrar a narrativa da história da capoeira, muitas vezes centrada em sua modalidade oficial mais próxima da ginástica desportiva.


Palavras-chave


Capoeira, Performance, Cultura popular

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DOI: https://doi.org/10.26694/rer.v4i2.12807

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