MAPEAMENTO DAS UNIDADES GEOAMBIENTAIS E ESTUDO DO RISCO DE DEGRADAÇÃO/DESERTIFICAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DE CASTELO DO PIAUÍ E JUAZEIRO DO PIAUÍ

Francílio de Amorim DOS SANTOS

Resumo


As consequências da desertificação envolvem o comprometimento dos recursos hídricos, do solo, da cobertura vegetal e da qualidade de vida da população das áreas afetadas. Essa constatação revela a necessidade do desenvolvimento de estudos em áreas com suscetibilidade à desertificação, a exemplo dos municípios de Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí. O estudo teve como objetivo geral gerar uma base de dados geoambientais para análise do risco de degradação/desertificação em Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí. O presente estudo utilizou-se da abordagem sistêmica e adaptação dos parâmetros do Diagnóstico Físico Conservacionista (DFC), que elenca indicadores potenciais de proteção/degradação dos recursos naturais renováveis, a saber: Índice de cobertura vegetal, representado pelo Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), Erosividade da Chuva (R), Índice Climático (IC), Erodibilidade dos Solos (K), Declividade (D). A partir do parâmetro topo-morfológico foram identificadas 5 unidades geoambientais: Superfície Pedimentada Dissecada em Morros/Colinas e Formas Tabulares de Castelo do Piauí que representa 33,7%, Patamares Estruturais da Bacia do rio Poti que correspondem a 26% dos municípios, Superfície Pedimentada Dissecada em Morros/Colinas e Formas Tabulares de Juazeiro do Piauí que corresponde 17,5%, Rebordos Cuestiformes Conservados do Interior da Bacia Sedimentar do Maranhão/Piauí que abrange 14,2% e o Vale da Bacia do rio Poti com 8,6%. Os parâmetros do DFC indicaram que: as classes Moderadamente Alta e Moderada do NDVI apontaram aumento da ordem, respectivamente, de 0,1% e 1,7%, de 1985 para 2009, permitindo inferir possíveis melhorias e estágios de sucessão ecológica; 64,9% da área de estudo apresenta baixa a moderada severidade climática; 74,7% da área apresenta alta a muito alta erosividade; 46,2% dos solos apresenta alta erodibilidade; e 82,6% dos municípios apresentam relevo plano a suave ondulado. As principais classes de cobertura vegetal e uso das terras são representados por agropecuária e solo exposto, caatinga arbórea e caatinga arbustiva, respectivamente, com 44,6%, 11,1% e 44,3%. O DFC apontou um pequeno aumento no risco de degradação/desertificação na área de estudo, passando de 46.78 para 46.86 unidades, de 1985 a 2009, devido aos solos expostos desnudos, aumento das áreas desmatadas para prática de culturas temporárias, extrativismo vegetal para produção de carvão vegetal e lenha, redução das áreas destinadas às culturas permanentes e o crescimento dos efetivos bovino e ovino. O Diagnóstico Físico Conservacionista mostrou-se uma metodologia que pode ser aplicada a outras áreas de estudo, a exemplo das áreas consideradas suscetíveis à desertificação. Portanto, deve-se conhecer e integrar os dados geoambientais e socioeconômicos para conhecimento da dinâmica da paisagem, potencialidades e limitações às práticas humanas, e construção de adequado planejamento territorial.


Palavras-chave


Abordagem sistêmica; Diagnóstico Físico Conservacionista; Áreas Suscetíveis à Desertificação; Geoprocessamento; Sensoriamento Remoto.

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DOI: https://doi.org/10.26694/equador.v4i02.3214

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Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO), do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), da Universidade Federal do Piauí (UFPI)

ISSN 2317-3491

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