“Trajetórias interrompidas”: uma análise da representação linguístico-discursiva de jovens assassinados na periferia de Fortaleza-Ceará

Antonio Soares da Silva Júnior, Cícera Fernanda Sousa do Nascimento, Suellen Fernandes dos Santos, Lucas Matheus Silva Teixeira

Resumo


O objetivo deste artigo é investigar como a representação linguístico-discursiva de jovens assassinados na periferia de Fortaleza – Ceará- é construída a partir das suas histórias de vida e do discurso institucional contra-hegemônico. Para isso, utilizamos quatro histórias de vida de jovens que foram assassinados no município de Fortaleza, retiradas de um estudo sobre os homicídios na adolescência e disponibilizadas na publicação do livreto “Trajetórias Interrompidas” produzido pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência. O arcabouço teórico deste artigo consiste na Análise de Discurso Crítica e na Teoria de Representação dos Atores Sociais, conforme elaborado por Fairclough (2001; 2003) e por Théo van Leeuwen (1997, 2008), respectivamente. Do primeiro arcabouço teórico, lançamos mão do conceito de hegemonia articulado ao significado acional do discurso a partir da categoria da intertextualidade de Fairclough (2001, 2003) do segundo arcabouço,do inventário sócio-semântico, conforme realizado pela categoria de Inclusão. A análise indica que o livreto Trajetórias Interrompidas contribui para a construção linguístico-discursiva da representação dos jovens assassinados na região de Fortaleza como sujeitos que tiveram trajetórias marcadas pelo trabalho, pela boa convivência com a comunidade, que possuíam individualmente boas qualidades e bom comportamento; e que, além disso, tiveram suas vidas marcadas pela violência/ abordagem truculenta da polícia e pela falta de assistência, representando-os como sujeitos submissos/passivos ao Estado.

 


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