Reflexões sobre a concepção maquiaveliana de Liberdade, sua corrupção e sua restauração

José Luiz Ames

Resumo


O que Maquiavel entende por liberdade, o que pode levar à sua degradação e como será possível restaurá-la? Esta é a pergunta que nos guiará nesta reflexão. Nossa hipótese é de que a liberdade, para Maquiavel, é resultado do movimento de resistência ativa do povo ao desejo de dominação dos grandes; ela é, pois, fruto da ação – da luta política - no espaço público e só existirá neste espaço enquanto persistir a resistência à dominação. Este desejo do povo de não ser dominado pode degradar-se por dois movimentos opostos, mas que produz o mesmo efeito. Por um lado, quando o povo passa a ser movido pelo excesso do desejo de liberdade e passa a lutar por ambição, o que se mostra quando dá vazão ao desejo de controle pleno dos mecanismos de poder e passa a desejar como os grandes. Por outro lado, quando o povo revela falta do desejo de liberdade, o que se mostra na ausência de resistência à dominação e se submete voluntariamente ao jugo. Finalmente, como é possível a um povo que perdeu a liberdade de recobrá-la? Nos capítulos XVI a XVIII Livro I dos Discursos Maquiavel examina três diferentes situações: como instaurar uma vida livre quando um povo, acostumado ao jugo de um príncipe, se liberta (capítulo XVI); como tornar livre uma cidade corrompida quando morre seu príncipe (capítulo XVII); como proceder para retornar à liberdade uma cidade tomada inteiramente pela corrupção (capítulo XVIII).


Palavras-chave


Maquiavel, liberdade política, corrupção política, reforma política

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Referências


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DOI: https://doi.org/10.26694/.v10i21.8957

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