Estratégias de legitimação do relato memorialístico sobre a imprensa alternativa na ditadura militar: o depoimento de Ziraldo em Resistir é Preciso

Leopoldo Pedro Neto, Marcos Paulo da Silva

Resumo


O artigo apresenta reflexões sobre a proeminência e a legitimação dos relatos memorialísticos de profissionais da imprensa alternativa referentes ao período de resistência à ditadura militar brasileira (1964-1985). Como recorte empírico, volta-se o olhar ao depoimento que o cartunista Ziraldo Alves Pinto forneceu ao projeto Resistir é Preciso, iniciativa do Instituto Vladimir Herzog. Parte-se do princípio de que esses registros atuam como legitimadores da proeminência intelectual, política e material dos jornalistas no enfrentamento às instâncias autoritárias ao longo do século XX. Em sua construção metodológica, a pesquisa percorre dois eixos: 1) a contextualização do projeto Resistir é Preciso; e 2) o estudo de extratos do depoimento de Ziraldo para compreender como se articulam as estratégias de legitimação mobilizadas. Como resultados, infere-se a relevância do projeto Resistir é Preciso para a narrativa coletiva (BOSI, 2003) da resistência cultural à ditadura (NAPOLITANO, 2015), como também se entende que o relato do agente em questão operacionaliza um ethos (BOURDIEU, 2007) de resistência jornalística fundamentado por memórias do combate ao Estado autoritário realizado por O Pasquim.


Palavras-chave


imprensa alternativa; Ziraldo; O Pasquim; Ditadura Militar; Resistir é Preciso

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DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.112202212682

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