Memória, formas de dominação e de resistência, disputas sobre os significados das anistias

José Sergio Leite Lopes

Resumo


O artigo parte de experiências de pesquisas anteriores sobre a memória de trabalhadores e trabalhadoras têxteis que são realçadas para exemplificar formas de dominação que não dispensam a força repressiva de corpos de vigias e milícias internos às empresas, dotadas em geral de legitimidade (ou omissão) outorgadas pelo Estado. Essa parte, baseada em episódios históricos do início da década de 1930, ilustra a gênese do que seria visto, na atualidade, como a questão da responsabilidade de empresas por violações de direitos, salientada pela justiça de transição, que visa a enfrentar as consequências repressivas da ditadura militar. Em seguida, relatam-se formas de resistência praticadas por trabalhadores e camponeses desde o imediato pós-Segunda Guerra Mundial, data considerada inicial no período de abrangência da Comissão Nacional da Verdade (CNV), e, ainda, anotações sobre a construção institucional que está na base dos significados das anistias. A última parte do artigo trata da demanda de memória da parte de trabalhadores e camponeses, inclusive para ressaltar o peso subestimado dos grandes coletivos na justiça de transição e dos significados das anistias para tais grupos sociais.


Palavras-chave


memória das classes trabalhadoras; formas de dominação; experiências de resistência; justiça de transição.

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DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.122202314391

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