O Planejamento Estratégico no Setor Público Brasileiro

Luiza Szczerbacki Castello Branco

Resumo


O presente ensaio tem como objetivo incentivar a implantação do planejamento estratégico no setor público brasileiro. O escopo das reformas da década de 1980, por meio do movimento denominado New Public Management (NPM), era transpor as técnicas gerenciais do setor privado para o público. Dentre esses métodos, dar-se-á ênfase ao planejamento estratégico na seara estatal, que ainda é pouco explorado pela ciência administrativa nacional. Escassos estudos no Brasil focam na investigação dos resultados deste processo nas organizações governamentais ou desenvolvem teorias sobre o tema. Considerando essa lacuna teórica, o presente ensaio objetiva discutir possíveis diferenças entre os setores público e privado de forma a caracterizar o planejamento estratégico governamental brasileiro como necessariamente distinto do particular. Com base na teoria da estratégia, o estudo explora as possibilidades da teoria do planejamento estratégico, utilizando a metodologia bibliográfica, descritiva e explicativa. Por fim, os resultados apontam que esse planejamento quando corretamente adaptado às organizações públicas nacionais é benéfico para o seu desenvolvimento.


Palavras-chave


Estratégia; Planejamento Estratégico; Setor Público

Texto completo:

PDF

Referências


Abrucio, F. L. (2005). Reforma do Estado no federalismo brasileiro: a situação das administrações públicas estaduais. Revista de Administração Pública, 39 (2), 401-420.

_____________; Sano, H. (2008). Promessas e Resultados da Nova Gestão Pública no Brasil: O caso das Organizações Sociais de Saúde em São Paulo. Revista de Administração de Empresas, 48(3), 64-80.

Allison, G. (2002). Public and Private Management: Are they fundamentally alike in all unimportant respects? In: J. M. Shafritz; A. C. Hyde; S. J. Parkes. Classics of Public Administration, 5th Edition, Thomson-Wadsworth.

Andrews, K. R. (2001). O conceito de estratégia empresarial, In: H. Mintzberg; J. B. Quinn. O processo da estratégia. 3 ed. Porto Alegre: Bookman.

Ansoff, I. (1969). Business Strategy. England, Penguin Books.

Appleby, P. (2002). Government is different. In. J. M. Shafritz; A. C. Hyde; S. J. Parkes. Classics of Public Administration, 5th ed., Thomson-Wadsworth.

Barzelay, M. (2001). The New Public Management. Improving Research and Policy Dialogue. University of California Press/Russel Sage Foundation.

Bazzaz, S.; Grinyer, P. (1981). Corporate Planning in the U.K.: The State of the Art in the 70s. Strategic Management Journal, 2(2).

Bellante, D. & Link, A. N. (1981). Are public sector workers more risk averse than private sector worker? Industrial & Labor Relations Review, 34(3), 408-412.

Braga, R. T. (2003). Planejamento Estratégico e o Controle da Gestão Pública: Desenvolvimento da ação de Controle da Gestão dos Recursos Públicos. 125f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro.

Bresser-Pereira, L. C. (2000). A Reforma Gerencial do Estado de 1995. Revista de Administração Pública, 34(4), 55-72.

Campos, A. M. (1990). Accountability: Quando poderemos traduzi-la para o Português? Revista de Administração Pública, 24(2), 30-50.

Cavalcanti, B. S. (2005). O Gerente Equalizador. Estratégias de Gestão no Setor Público. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Certo, S.; Peter, J. P. (1993). Administração estratégica: Planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Makron Books.

Costin, C. (2010). Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier.

Cunha, A. (2010). A Busca de Maior Vitalidade da Gestão nas Organizações do Poder Judiciário. Cadernos FGV Projetos, ano 5, 12, 45-51.

Darós, V. (2009). Planejamento Estratégico do TRF da 4 Região. Caderno de Administração da Justiça: Planejamento Estratégico, 64p.

Diefenbach, T. (2009). New public management in public sector organizations: the dark sides of managerialistic ‘enlightenment’. Public Administration, 87, 892–909.

Dror, Y. (1999). A Capacidade para Governar. Informe ao Clube de Roma. Edições FUNDAP.

Drucker, P. (1984). Introdução à administração. São Paulo: Futura.

Dunlop, J. T. (1979). Public Management. Unpublished paper. In: J. M. Shafritz; A. C. Hyde; S. J. Parkes. Classics of Public Administration, 5th ed., Thomson-Wadsworth.

Fleury, N. (2005). A qualificação do modelo “linha de frente-retaguarda” e sua adaptabilidade às características da administração judiciária. In: A. Cunha; P. Motta. A reforma do Poder Judiciário no estado do Rio de Janeiro/Fundação Getulio Vargas – Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 83-92.

Frederickson, H. G. (1989). Changing Epochs of Public Administration. Public Administration Review, 49(2), (special issue).

Herold, D. (1972). Long-Range Planning and Organizational Performance: A Cross-Valuation Study. Academy of Management Journal; 15(1).

Marconi, N. (1997). Uma breve comparação entre os mercados de trabalho do setor público e privado. Revista do Setor Público, 48(1).

Marcovitch, J.; Vasconcellos, E. (1977). Técnicas de Planejamento Estratégico para Instituições de Pesquisa e Desenvolvimento. Revista de Administração, 12(1), 61-78.

____________; Radosevich, R. (1978). Planejamento Estratégico nas Organizações Estruturadas por Projeto. Revista de Administração, São Paulo, 13(2), 24-39.

Marin, J.C. (2012). The impact of strategic planning and the balanced scorecard methodology on middle managers' performance in the public sector. International Journal of Business & Social Science; 3(1).

Markovits, Y.; Davis, A. J.; Fay, D. & Dick, R. (2010). The Link Between Job Satisfaction and Organizational Commitment: Differences Between Public and Private Sector Employees. International Public Management Journal, 13(2), 177-196.

Milward, H. B.; Provan, K. G. (2000). Governing the Hollow State. Journal of Public Administration Research and Theory, 193-314.

Mintzberg, H. (1987). The strategy concept: five ps for strategy. California Management Review, 30(1), 11-24.

___________. (1994a). The Rise and Fall of Strategic Planning. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall.

___________. (1994b). The Fall and Rise of Strategic Planning. Havard Business Review, Boston, 72(1), 103-108.

___________; Ahlstrand, B.; Lampel, J. (2000). Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Trad. Nivaldo Montingelli Jr., Porto Alegre: Bookman.

___________; Quinn, J. B. (2001). O processo da estratégia. Trad. James Sunderland Cook, 3 ed., Porto Alegre: Bookman.

Motta, P. R. (2012). Planejamento das Organizações Públicas, Apostila do Mestrado Acadêmico em Administração Pública, Rio de Janeiro.

Neustadt, R. E. (1979). American Presidents and Corporate Executives. Panel on presidential management of the National Academy of Public Administration, Washington, D. C.

Osborne, D.; Gaebler, T. (1996). Reinventing Government: Introduction. In: J. M. Shafritz & J. S. Ott. Classics of Organization Theory, Harcourt Brace.

Pagani, L. (2003). Why Do People from Southern Italy Seek Jobs in the Public Sector? LABOUR: Review of Labour Economics & Industrial Relations, 17(1), 63-91.

Peci, A.; Pieranti, O. P.; Rodrigues, S. (2008). Governança e New Public Management: Convergências e Contradições no Contexto Brasileiro. Revista Organizações & Sociedade, 15(46), 39-55.

Peters, B. G.; Pierre, J. (1998). Governance without government: rethinking public administration. Journal of Public Administration Research and Theory, 8, 223-244.

Pollitt, C.; Bouckaert, G. (2004). Public Management Reform. Oxford University Press, 2ᵃ Ed.

Porter, M. E. (1986). Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Trad. Elizabeth Maria de Pinho Braga, 7 ed., Rio de Janeiro: Campus.

Quinn, J. B. (2006). Estratégias para a mudança. In: Mintzberg, H.; Lampel, J.; Quinn, J.B.; Ghoshal, S. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre, Ed. Bookman.

Rainey, H. G.; Backoff, R. W.; Levine, C. H. (1976). Comparing Public and Private Organizations. Public Administration Review, 36(2), 233-244.

Shick, A. (1996). The Spirit of Reform: Managing the New Zealand State Sector in a Time of Change. Wellington, New Zealand: State Services Comission and the Treasury. Disponível em: www.sse.govt.nz. Acesso: 08 maio.2013.

Shleifer, A.; Vishny, R. W. (1994). Politicians and Firms. Quarterly Journal of Economics, 109(4), 995-1025.

Simons, R. (1994). Levers of control. Boston: Havard Business School Press.

Taylor, B. (1975). Strategies for planning. Long Range Planning, Elmsford, 27-40.

Uchitelle, L., Battenberg Iii, J. T., Kochan, T. (2007). Employer-Employee Social Contracts: Fashioning a New Compact for Workers. Academy of Management Perspectives, 21(2), 5-16.

Vergara, S. C. (2011). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 13 ed. São Paulo: Atlas.




DOI: https://doi.org/10.26694/2358.1735.2014.v1ed11556

Apontamentos

  • Não há apontamentos.

Comentários sobre o artigo

Visualizar todos os comentários