FREQUÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE PERDAS POR IMPAIRMENT NAS COMPANHIAS DO SETOR SIDERÚRGICO BRASILEIRO LISTADAS NA BM&FBOVESPA

Paulo Henrique Amaral Rody, Nilmara Oliveira da Luz

Resumo


O objetivo deste artigo foi descrever a frequência que as empresas do setor Siderúrgico brasileiro listadas na BM&FBovespa constataram que seus ativos imobilizados estão registrados por um valor superior ao seu valor recuperável no período de 2008 a 2014. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa dos dados, coletados por meio de pesquisa documental de dados secundários e analisados por meio da técnica análise de conteúdo. As análises foram feitas dos seguintes relatórios contábeis: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Notas Explicativas (NE’s) e Relatórios da Administração (RA’s) dos exercícios sociais compreendidos entre 2008 a 2014 de todas as empresas do setor Siderúrgico brasileiro listadas na BM&FBovespa. Os principais resultados encontrados foram: 60% dessas empresas após a aplicação do teste de recuperabilidade nos ativos imobilizados, constataram que seus ativos imobilizados não estavam registrados por um valor superior ao valor recuperável, por isso não registram perda por impairment de ativo imobilizado; 40% das empresas registraram perda por impairment, sendo 20% com o registro da perda em 1 ano, e 20% registraram a perda em 2 anos; e em 91,43% dos anos investigados, as empresas não constataram que seus ativos imobilizados estavam registrados por um valor superior ao valor recuperável.


Palavras-chave


Impairment Test. Ativo Imobilizado.

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DOI: https://doi.org/10.26694/2358.1735.2019.v6ed17309

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