Globalização e mercados transnacionais ilícitos na América Latina

Emmanuel Nunes de Oliveira, João Henrique Martins

Resumo


Este artigo discute o surgimento e o estabelecimento dos Mercados Transnacionais Ilícitos (MTI) na América Latina, nos anos 1990. Descrevem o processo de formação dos MTI, destacando a importância dos mercados ilícitos estruturais (de drogas e armas), a inserção da região na globalização econômica e na econômica criminal global. Para concluir é feita a descrição das externalidades negativas dos MTI, a expansão criminal. A análise é fundamentada na estrutura de formação dos mercados, especialmente das curvas de demanda e oferta. Neste texto, é deslocada a discussão do papel monocausal do Estado ou da Sociedade como determinante direto do crime na região e focam no efeito da interação entre instituições, ambiente social e decisões individuais como fator explicativo da dinâmica criminal. A linha argumentativa central do artigo é que a expansão dos MTI produz duas externalidades negativas importantes: o aumento dos crimes violentos e o enfraquecimento do aparato institucional local de controle da atividade criminal. Nessas condições, nas quais Estados e sociedades não se estruturam adequadamente, os MTI tendem a resultar em epidemias criminais. Nesses termos, a expansão dos mercados ilícitos transnacionais coincidiu, na América Latina, com a retomada do regime democrático, porque é resultado do mesmo processo internacional, da integração do mercado financeiro, dos transportes e da comunicação. Esses três processos combinados favoreceram, de um lado, a terceira onda de democratização na América Latina e, de outro, a integração da região nos grandes mercados ilícitos globais.

Palavras-chave


Mercados Internacionais Ilícitos. Globalização. América Latina. Crime. Democracia.

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DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v3e2.2014.p11-26

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ISSN 2317-3254